Manifestação cultural <br>e política
Sob o lema «Defender a Constituição, lutar por pensões dignas», mais de três mil pessoas participaram, dia 10, no Parque do Serrado, Seixal, no 21.º Piquenicão Nacional do MURPI.
«Este é o momento e o espaço da solidariedade e da luta»
Nesta festa de alegria e solidariedade, onde se afirmou o direito à cultura e ao lazer, alertou-se para os principais problemas que afectam os reformados e pensionistas.
No Piquenicão, promovido pelo MURPI – Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos, este ano com o apoio da Câmara do Seixal, actuaram 57 grupos de cantares, música e desporto, organizados pelas suas associações de reformados.
Nas intervenções políticas evocou-se o 40.º aniversário da Constituição da República Portuguesa (CRP), conquista de Abril que consagra os direitos fundamentais da pessoa humana e o direito ao bem-estar.
«Este é o momento e o espaço da solidariedade e da luta dos reformados por melhores pensões que garantam uma vida digna para ser vivida e respeitada», defendeu Casimiro Meneses Menezes, presidente do MURPI, lembrando que no passado dia 31 de Maio «realizámos, com êxito, iniciativas em 22 localidades do País» com o objectivo de assinalar o início da Campanha Nacional pelo «Aumento intercalar das reformas e pensões» em 2016.
Para o dirigente, este aumento é «justo e necessário» porque nos últimos quatro anos as pensões «foram congeladas e sofreram cortes», mas também porque os «reformados e pensionistas foram os que mais sofreram com esta política de rapina, agravando ainda as suas debilidades sociais e financeiras, com a acentuação da pobreza e da miséria»; porque o «combate contra a pobreza e à exclusão social não se alicerça em paliativos ou remedeios»; e porque a «coesão e igualdade social são inseparáveis da urgente reposição de rendimentos e de direitos sociais».
«Não é aceitável continuar a transferir milhões e milhões de euros para tapar buracos financeiros dos bancos, pagar indevidamente juros escandalosos às parcerias público privadas e continuar a não taxar as grandes fortunas», afirmou, sublinhando que «esta luta pelo aumento intercalar das pensões é indissociável da luta mais ampla pela defesa dos direitos à saúde, à habitação, à mobilidade, à cultura e ao lazer».
Lutar
Casimiro Meneses exigiu, por isso, a «abolição» das taxas moderadoras, que, na sua opinião, «constituem um grande entorse no exercício do direito à saúde, tornando-a inacessível e cara». «Continuaremos a lutar pelo direito efectivo aos cuidados de saúde de qualidade e de proximidade, pela defesa do Serviço Nacional de Saúde» (SNS), garantiu, manifestando «apoio» e «solidariedade» com a luta da população do concelho do Seixal pela construção e funcionamento do hospital do Seixal.
Assegurou, de igual forma, o empenho do MURPI na luta pelo direito à protecção social dos reformados, pensionistas e idosos, garantindo a «igualdade no acesso aos equipamentos sociais, independentemente da condição económica, e pela defesa da Segurança Social pública, universal e solidária», e destacou que é preciso «ir mais longe» na «defesa, reposição e conquista de direitos», nomeadamente «pela reposição das freguesias, defesa da escola pública, dos serviços públicos e das funções sociais do Estado».
Nesta iniciativa intervieram também Fernando Sousa, da União das Associações de Reformados do Concelho do Seixal, Helena Quinta, da Junta de Freguesia de Amora, Manuela Calado, vereadora na Câmara do Seixal, e Alfredo Monteiro, presidente da Assembleia Municipal do Seixal.
Para além de Paula Santos, deputada do PCP na Assembleia da República, e de Augusto Flor, presidente da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, no Piquenicão estiveram delegações do PCP, PEV, CGTP-IN e Inter-Reformados Nacional.